CENÁRIOS DE UTILIZAÇÃO DAS TIC E PARADIGMAS EDUCACIONAIS EMERGENTES
O uso das TIC (do LMS (Learning Management System) – o
Moodle) pelo professor no ambiente de ensino superior, tem como principal
objetivo facilitar as aprendizagens. Assim, o professor deverá ser um orientador
dos estudantes, “dando-lhes pistas e
objetivos concretos no sentido de saberem tratar a quantidade enorme de
informação a que têm acesso na Web; desenvolver projetos baseados na análise
crítica e comparativa dos media (imprensa, rádio, televisão, sítios Web, etc.),
o que permitirá desenvolver, além de outras competências, o espírito crítico
dos estudantes; desempenhar um papel criativo, quer com a criação de páginas
pessoais ou de blogs (de turma e/ou de grupo) quer participando ativamente e de
diversas formas em projetos da escola, da unidade curricular ou da turma numa
“plataforma” on-line.” (Goulão, 2000, 2002).
A autonomia aliada a uma formação sólida, são as
ferramentas ideais para que o professor consiga atingir os objetivos acima
referidos, assim como, escolher as ferramentas pedagógicas mais adequadas e
criar os seus próprios materiais didáticos, uma vez que, as salas de aula
físicas começam a ser substituídas pelas salas de aula virtuais, ou seja: o
E-learning/ B-learning.
Estes métodos de ensino começam a ganhar cada vez mais
força, uma vez que, não existem constrangimentos de espaço e tempo e recorrem a
um conjunto de estratégias que permitem criar uma verdadeira rede de
conhecimento e de interações, visando a criação de conhecimentos através do desenvolvimento
de uma nova prática letiva no âmbito do ensino de unidades curriculares da área
de formação cultural, social e ética, que facilita a colaboração e a interação
entre as pessoas e os conteúdos, e que, segundo Herrington, Reeves & Oliver
(2010), “através da educação on-line
podem contribuir com o aumento da oportunidade de acesso e permanência no
Ensino Superior, o aumento da qualidade e na eficácia de obtenção de melhores
resultados de aprendizagem.”
Verifica-se desta forma, que a instituição escolar
perdeu o monopólio da transmissão de saberes, sendo-lhe reduzida a autoridade e
o respeito. Torna-se imperial tomar medidas. Assim, as instituições devem
investir na valorização social da imagem do professor, e com vista a diminuir
as desigualdades sociais, na formação dos professores, mas também em
equipamentos mais modernos, com ferramentas de trabalho de última geração, que
permitam o trabalho colaborativo, desenvolvendo novas formas de interação.
Com o aparecimento das novas ferramentas tecnologias
de informação e comunicação, os docentes necessitam de formação. Esta formação
deve sensibiliza-los para os perigos da sobrevalorização das tecnologias, mas
também, para a necessidade de as inserir no seu curriculum. Porém, o professor
deve estar à vontade com estas ferramentas e ser o mais autónomo possível.
Quanto maior for a autonomia melhor irá enquadrar e sistematizar as ferramentas
tecnológicas “novas” e “velhas” utilizando-as de uma forma criativa e eficaz.
Através da World Wide Web, existe uma inesgotável
fonte de informação, assim sendo, o ensino necessita de uma resposta adequada e
que os professores estejam devidamente capacitados para lecionar, quer seja no
“formato” presencial, on-line (E-learning) ou misto (B-learning). Contudo, as
plataformas digitais de ensino, necessitam, ainda mais, da capacidade dos seus
professores, pois, “sem esta compreensão
e sem a adequada formação poderemos ter professores que se limitam a transpor
as práticas presenciais para os ambientes de ensino on-line, insistindo na
fragmentação do saber pedagógico, ou a utilizar as “plataformas” como
repositórios de informação onde se pode oferecer material didático aos
estudantes e rececionar atividades on-line.”
Assim, deve existir um processo de aprendizagem mutua
(professor/aluno; aluno/professor), promovendo um processo de interação, sendo o
professor “o responsável por identificar
os conhecimentos relevantes, propor experiências que levem ao discurso crítico
e à reflexão, diagnosticar e avaliar os resultados de aprendizagem…”
(Garrison & Anderson, 2003).
Desta forma, o docente deve encorajar e aceitar a
autonomia e iniciativa dos estudantes, incentivando o dialogo com o professor e
entre si, encorajando-os a resolver os problemas coletivamente, através de um
método “construtivista e interaccionista”,
despertando os estudantes a assumir responsabilidades, promovendo uma mudança
não só do ponto de vista tecnológico, mas também em termos de mentalidade e de
prática.
Esta situação, obriga a repensar os papéis dos
professores e dos estudantes, e a relação existente entre eles, os conteúdos
apropriados, para além das implicações que devem ser concretizadas no plano da
estruturação e planificação de cursos e currículos, sistemas de avaliação,
formas de ensinar, aprender e metas a atingir.
Os métodos de transmissão de conhecimento devem ser “substituídos por métodos ativos,
especialmente adaptados à natureza, exigência e finalidades de cada área e que
coloquem o estudante perante a necessidade de pensar” (Moreira, 1999). Através
da exploração de experiências individuais do estudante e as suas
potencialidades criativas e imaginativas, desenvolve-se uma pedagogia ativa,
transformando a aprendizagem numa atividade interessante e atraente, onde o estudante
seja o construtor da sua aprendizagem, recorrendo a metodologias de
autoaprendizagem, colaborativas, motivadoras e flexíveis e tentando integrar
diferentes recursos didáticos, conteúdos dinâmicos e interativos.
Para um professor com bastante experiência os recursos
do LMS (Learning Management System) – o Moodle (fóruns, diários, chats,
questionários, entre outros) – disponibilizam um conjunto de ferramentas que
podem motivar os estudantes e possibilitam a interação constante na sala de
aula, seguindo sempre os objetivos pedagógicos do professor. Estas ferramentas usadas
da forma certa, conseguem manter os estudantes interessados e a interagir na
plataforma, ponto crucial para que o ensino à distância seja bem-sucedido,
promovendo a pesquisa, a recolha, a seleção, a reflexão e a partilha de
recursos, procurando evitar uma abordagem “convencional”.
Contudo, “este
ambiente favorável à aprendizagem deverá sofrer, necessariamente, construções e
reconstruções constantes face às contribuições individuais e re-significações coletivas,
transformando e adaptando, desta forma, a pedagogia.”
Destaca-se assim a abordagem de Garrison &
Anderson (2003), que estabelecem três medidas a nível de presença: cognitiva,
social e de ensino, existindo inter-relacionamento entre elas. Onde Salmon
(2000), observa que, “a tarefa do docente
no sentido de promover o acesso, gerar motivação, facilitar a interação social
e participar na troca de informações de forma a mediar o processo de construção
de conhecimentos que será o responsável pelo desenvolvimento integral do
estudante.”
A planificação
das atividades síncronas ou assíncronas, são fundamentais para atingir os
objetivos definidos, promovendo o aproveitamento do estudante quanto à evolução
de conhecimentos, às capacidades de pensamento crítico, criativo, metacognitivo
e de resolução de problemas, à capacidade de comunicação e à aptidão para a
apreciação crítica dos conteúdos, através de uma avaliação contínua e
formativa, que obriga o estudante a uma dedicação constante e permanente
durante o período em que a unidade curricular esteja disponível.
Verifica-se assim, que, o papel do professor está em constante
mudança e através do apoio digital, o docente começa a torna-se um tutor de
aprendizagem, auxiliando o estudante e aprendendo com ele.
Bibliografia:
Moreira, J. A. & Monteiro, A. (Orgs.) (2012). Ensinar e Aprender Online com Tecnologias
Digitais: Abordagens Teóricas e Metodológicas. Porto: Porto Editora.
Vídeos Complementares:
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